terça-feira, 11 de junho de 2013

      Muito bem. Passado o momento de susto vamos  ao que interessa.
      Este Blog se propõe a publicar qualquer material referente a quadrinhos (principalmente os alternativos, underground e tal), seja lá o que for, tirinhas, cartoons, charges, graphic novels, resenhas, opiniões enfim, tudo o que se refere a esta arte que de tão filtrada hoje em dia está ficando um tanto quanto resumida. Será um ponto de encontro dos rejeitados pelo mercado editorial (não só artistas rejeitado e incompreendidos como também de materiais rejeitados e incompreendidos de artistas reconhecidos) de quadrinhos brasileiros, onde nada, absolutamente nenhum material será rejeitado ou censurado (a não ser por ordem judicial) neste espaço de total liberdade de expressão.
      Estarei recebendo de qualquer interessado, qualquer material, de qualquer formato desde que possa ser enviado para o e-mail:
cqalternativos@hotmail.com

Obs: os fodões do mercado como Mike DeodatoJack HerbertWagner De Souza CaetanoAntonio CedrazRicardo JaimeRodrigo BrumWill ConradWilliam MedeirosEddy BarrowsRoger Krux, o pessoal do Rascunho Studio entre outros, fiquem à vontade para enviar material de "segunda".
         É interessante como as vezes nós destruímos nossa própria (tentativa de) originalidade.
         Esta semana descobri que alguém já publica uma hq a respeito de um personagem muito similar a um que eu e meu irmão criamos a cerca de 10 anos. Comecei a ter um desejo profundo (como o desejo de encher a cara quando se descobre que aquele cara puxa saco foi promovido em seu lugar) de criar um blog a respeito de hqs alternativas, undergrounds e tal... pensei então "-vou fazer algo bem simples, para que pessoas como eu que não tem espaço no mercado editorial possam publicar suas criações"... e aí TCHAM!!!! "-Vou pesquisar no Google como eu faço um blog" (ideia brilhante!!!!), encontro o link para o Blogger. Genial!!! Muito fácil!!! do lado direito da tela aparece meu Gmail e um campo para que eu digite minha senha. É... eu tenho uma senha de Gmail. Digito. Pra minha surpresa encontro lá o meu blog, que eu mesmo havia criado há mais de um ano, do geitinho que eu queria criar.
         Maldito plágio de mim mesmo.

sábado, 17 de março de 2012


"O REQUINTE 'UNDERGROUND' DOS QUADRINHOS", por Henrique Magalhães

Os quadrinhos marginais, ou independentes, ou "underground" têm se caracterizado no Brasil pela sua pouca consistência temática e pela eventualidade de sua publicação. Algumas experiências foram tentadas ainda na década de 70, quando a revista GRILO introduziu no país os trabalhos de um dos maiores artistas deste gênero nos Estados Unidos:
Robert Crumb, com seus personagens contestadores ao sistema capitalista e levantando a polêmica sobre assuntos malditos à época, como drogas e sexo livre. "Mr Natural" e "Fritz, the cat" influenciaram decisivamente autores nacionais como Angeli, autoconfesso fanático pelo trabalho de Crumb.

As publicações alternativas brasileiras enveredaram por outro caminho, na urgência de se contrapor ao regime ditatorial imposto pelos militares. Os quadrinhos e cartuns aproximavam-se mais da charge, levantando questões políticas que mais tocavam nossa sociedade. Os quadrinhos de costumes eram praticamente inexistentes até o final dos anos 70, quando houve uma virada de perspectiva com a abertura política e novos horizontes passaram a ser almejados por nosso humor gráfico.

Os quadrinhos acompanharam essa mudança de rumo fomentando trabalhos como CHICLETE COM BANANA, de Angeli, "O Condomínio" e "Piratas do Tietê", de Laerte, entre inúmeros novos quadrinhistas que semearam seu espaço na grande imprensa e nas publicações alternativas.

Vem da imprensa alternativa a experiência mais marcante quanto à temática "underground" nos quadrinhos. Com um traço personalíssimo, abusando do preto, com figuras grotescas e abordando toda a escatologia
abominada pela sociedade, Marcatti começou a editar suas próprias revistas no início dos 80, a distribuí-las e vendê-las de mão em mão, à moda dos poetas marginais da "geração mimeógrafo". Dono de sua própria
gráfica — uma pequena máquina offset — Marcatti usou de toda liberdade para editar títulos pouco convencionais como LODO, MIJO, PÂNTANO, e fazer histórias escabrosas onde sexo se misturava com toda espécie de sujeira, mas sem cair no "moralismo edificante". O despudor e falta de preconceito de Marcatti era o que mais chocava em suas revistas que, aos mais incautos, se tornavam um libelo repugnante.

Num outro prisma a cultura escatológica vinha sendo explorada por Glauco Mattoso, poeta "marginal", ensaísta e editor dos memoráveis folhetos JORNAL DOBRABIL e REVISTA DEDO MINGO. Glauco, como Marcatti, vinha na contracorrente da imprensa alternativa, que cada vez mais foi-se tornando digerível pela sociedade. Temáticas que se pode chamar extravagantes, ou mesmo pouco convencionais, como tortura, trote estudantil, poesia marginal, fazem parte do universo dos trabalhos de Glauco, que chegam ao refinamento quando partem para assuntos mais indigestos como a associação de sexo com perversão. Foi a partir de sua própria experiência que ele editou, em 1986, um livro que tornou-se polêmico pela ousadia de sua proposta. O MANUAL DO PEDÓLATRA AMADOR: AVENTURAS & LEITURAS DE UM TARADO POR PÉS conta as investidas do autor no que ele chamou de "massagem linguopedal". Através de panfletos distribuídos em pontos estratégicos de São Paulo, Glauco oferecia-se para desafogar as frustrações de diversos segmentos da sociedade, como policiais, halterofilistas, skatistas e toda sorte de pessoas com recalques, através de sua massagem. A proposta consistia em lamber os pés de homens, desde que estivessem bem sujos e fedorentos, numa síntese de humilhação e prazer para o massageador, de prepotência e prazer para o massageado. Este tipo de perversão, por mais escabrosa que possa parecer, seduziu centenas de pessoas, de adolescentes a pais de família, numa demonstração de que as fantasias humanas são mais surpreendentes do que se possa imaginar.

AS AVENTURAS DE GLAUCOMIX, O PEDÓLATRA é a tradução para os quadrinhos deste livro de Glauco Mattoso, numa associação perfeita entre o roteirista Glauco e o quadrinhista Marcatti. O traço de Marcatti caiu adequadamente ao clima "underground" das histórias de Glauco, seu desenho cada vez mais preciso chega ao ponto de quem tem seu trabalho amadurecido, onde destacam-se o próprio Glauco como caricatura e personagem e a pesquisa de campo para a composição dos cenários de suas aventuras.

AS AVENTURAS DE GLAUCOMIX, O PEDÓLATRA é um álbum primoroso que, mesmo tendo edição independente às grandes editoras, atinge um nível gráfico da melhor qualidade, sendo, ao mesmo tempo, um marco dos quadrinhos "underground" no Brasil.

[fonte: nº 5 do zine NHÔ-QUIM]

Fonte(s):

http://glaucomattoso.sites.uol.com.br/gl…
[fonte: nº 5 do zine NHÔ-QUIM]
Glaucomix, o pedólatra 


Quadrinistas - Underground


Sabe, Frank, Cansei De fazer quadrinhos de Super-heróis. Vou virar  quadrinista Underground.Assim finalmente  ficarei famoso,  ganharei muito dinheiro,  e todas as mulheres  irão dar pra mim. | Mas alan, se você ficar famoso, não será mais underground.Ah, lá vem você com seus detalhes!
Esboço para um argumento de HQ.

alternativo
(alternato + -ivo)
adj.
1. O que tem alternação.
2. Ora num sentido ora noutro.
3. Sujeito a opção.
4. Que tem a vantagem de consentir escolha.
http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx 


      Proponho este espaço para que artistas e escritores livres do padrão pré-moldado da industria de quadrinhos divulguem seus trabalhos e de outros, notícias, tirinhas, cartuns, piadas, rabiscos em guardanapo, enfim qualquer tipo de produção ou ideia que envolva este tema tão marginalizado. Enviem qualquer material para ser divulgado aqui para meu email rodrigortins@hotmail.com ou entre em contato pelo meu Facebook, vamos divulgar esta arte!